Havia um muro alto entre nossas casas.
Difícil de mandar recado para ela.
Não havia e-mail
O pai era uma onça.
A gente amarrava o bilhete numa pedra presa por um cordão
E pinchava a pedra no quintal da casa dela.
Se a namorada respondesse pela a mesma pedra
Era uma glória!
Mas as vezes o bilhete engachava nos galhos da goabeira.
E então era agonia.
No tempo do onça era assim.
Manoel de Barros
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